escritório futurista (Thinkstock)
Ainda não há consenso sobre o número de empregos que serão destruídos por causa da tecnologia. Enquanto alguns estudos dimensionam em 7 milhões as substituições de seres humanos por máquinas nos próximos cinco anos, outros apontam que cerca de 30% das vagas serão tomadas por robôs.
Uma pesquisa do DaVinci Institute, consultoria americana dedicada a pesquisas sobre o futuro que presta serviços para organizações como Nasa e IBM, vai mais longe, projetando o desaparecimento de 2 bilhões de postos até 2030. “Mas a única coisa certa até agora é que as pessoas estão ficando paranoicas sobre o futuro do trabalho”, diz Thomas Frey, consultor em futurologia e diretor executivo do DaVinci Institute.
O pânico até faz sentido: de acordo com uma projeção da PwC, que dividiu os riscos de automatização por áreas e países, 48% dos trabalhadores serão substituídos por máquinas só nos Estados Unidos nos próximos dez anos. Na Alemanha serão 35%; e no Japão, 21%. Transporte e logística estão entre os setores que aparecem na dianteira, com a possibilidade de troca de 56% da mão de obra real por computadores, seguidos por vendas (44%) e finanças (32%).
Apesar desses dados inquietantes, muitos cientistas acreditam que seremos parceiros dos robôs, não inimigos deles. Segundo uma pesquisa da consultoria McKinsey, para cada posto de trabalho eliminado, 2,4 novos serão criados, principalmente em startups.
A grande questão é que a maior parte das pessoas que verão seu emprego desaparecer ainda não tem as competências necessárias para os trabalhos que surgirão. Desenvolver novas habilidades será essencial para continuar competitivo. Com máquinas fazendo atividades braçais, devem manter seu trabalho aqueles que atuam com resolução de problemas, criatividade, imaginação, interação interpessoal e pensamento crítico.
Buscar esses diferenciais demandará esforço individual. “Caberá ao profissional acompanhar as reviravoltas do mercado, aprendendo sobre as novas tecnologias e prevendo de que maneira poderá contribuir, crescer e se adaptar a elas”, diz Silvio Romero de Lemos Meira, pesquisador em engenharia de software, de Recife, e professor na Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro.
Confira cinco áreas com cargos inusitados que existirão no futuro:
1. SAÚDE
Uma das áreas em que a tecnologia está a todo vapor, a medicina deve passar por uma revolução. De acordo com futurólogos, os próximos anos serão de nanorrobôs (engolidos por pacientes) e equipamentos vestíveis para monitorar a saúde — a Apple, por exemplo, já entrou na corrida para desenvolver um relógio com sensores capazes de medir o nível de glicose no sangue de pacientes diabéticos. Dispositivos assim darão às pessoas o poder de rastrear o que acontece dentro de seu corpo e extinguirão a necessidade de diagnósticos clínicos e exames.
Acredita-se que esse tipo de medicina preventiva derrubará a venda de remédios, gerando demissões na indústria farmacêutica; aumentará a procura por geneticistas; e transformará os departamentos de RH, com profissionais especializados em mensurar a saúde de funcionários e em reduzir gastos com as pessoas nas empresas. E isso é só o começo.
Responsável por analisar e prever quais serão os problemas de saúde enfrentados por determinada pessoa — ele conseguirá calcular, inclusive, a data de morte do paciente.
Geneticista capaz de alterar os genes, “desenhando” seres humanos com as características desejadas pelos pais. Poderá copiar ou reproduzir genes de gênios e superatletas, por exemplo.
Responsável por retirar memórias ruins e ajudar na superação de traumas por meio de cirurgias computadorizadas no cérebro.
2. SEGURANÇA
Segundo o banco americano Morgan Stanley, a internet das coisas conectará 75 bilhões de aparelhos até 2020 (cada pessoa terá, em média, nove aparelhos de uso pessoal ligados à rede). Isso aumentará muito a já enorme possibilidade de invasões cibernéticas e de roubo de dados.
Não é apenas o celular que poderá ser hackeado, mas o carro, a geladeira, o controle do televisor. Profissionais capazes de criar sistemas de segurança ou até auxiliar no resgate em caso de sequestro de dados serão cada vez mais valorizados. Por outro lado, áreas que hoje demandam muita mão de obra especializada em segurança, como controle de fronteira e alfândega, “passarão por um processo de automatização que, possivelmente, eliminará 90% dos postos de trabalho nos aeroportos”, diz Thomas.
Assim como a polícia conta hoje com profissionais aptos a negociar em crimes físicos, será preciso ter policiais capazes de lidar com ladrões cibernéticos e hackers perigosos. O cargo será necessário tanto na iniciativa privada quanto no setor público.
Cada vez mais empresas, governos e hackers têm acesso a dados pessoais dos cidadãos. Como manter a vida virtual em segurança? Esse profissional será responsável por ajudar as pessoas a proteger suas informações no ambiente digital.
Especializado em descobrir fraudes praticadas por cidadãos comuns. Esse funcionário deve ganhar força porque, com acesso a ferramentas digitais sofisticadas, as pessoas conseguirão burlar os sistemas mais facilmente, falsificando documentos e adulterando declarações como as de imposto de renda, por exemplo.
3. TECNOLOGIA
O grande desafio da área será lidar com a enorme quantidade de informações disponíveis — em breve, se falará de yottabytes, unidade suficiente para armazenar conteúdo digital equivalente a 500 anos. Com esse volume gigante de dados à disposição, os profissionais capazes de enxergar padrões serão ainda mais demandados do que já são hoje. Mas seu trabalho será um pouco diferente: eles terão de destruir informações que não servem para nada.
Outro aspecto que impactará muito o setor é a realidade aumentada. Essa tecnologia rapidamente deixará o domínio dos games, como o famoso Pokémon Go, para assumir funções importantes em celulares, aparelhos domésticos e equipamentos usados no dia a dia das empresas. Especialistas acreditam que, no futuro, todas as nossas atividades rotineiras, como cozinhar, fazer compras e trabalhar, serão transformadas pela realidade aumentada.
A tecnologia não servirá apenas para testar cores nas paredes de casa. Engenheiros e arquitetos terão de projetar ambientes para que os clientes os vivenciem antes de construí-los.
Estocar dados custa dinheiro. Profissionais que garantam a qualidade dos dados armazenados, eliminando redundâncias e evitando cópias desnecessárias, serão bastante valorizados pelo mercado.
Óculos, lentes de contato, relógios inteligentes, tudo será conectado e quem souber programar esses equipamentos terá grande destaque nos departamentos de tecnologia.
4. SERVIÇOS
Ao passo que o número de nascimentos cai, a expectativa de vida aumenta. Portanto, é seguro afirmar que a população caminha para o envelhecimento. O número de pessoas precisando de auxílio especial será muito maior. Essa tendência vai mexer com o setor de serviços, que passará a empregar cada vez mais profissionais especializados no tratamento e no acompanhamento de idosos.
Isso levará ao aparecimento de cargos como o gerente de heranças, por exemplo. Já quem trabalha no varejo terá a função modificada. Vendedores, estoquistas e operadores de caixa serão substituídos por sistemas informatizados. A onipresença de máquinas e redes sociais, no entanto, fará com que outros tipos de especialista sejam necessários para operá-las.
Haverá, no futuro, muita gente sem filhos e, portanto, sem herdeiros. Esse profissional surgirá para garantir que os bens sejam aplicados naquilo que o dono do dinheiro desejava.
Vai trabalhar como uma espécie de analista ou psicólogo para ajudar pessoas que se sentem marginalizadas num ambiente cada vez mais conectado. Dentro de empresas, esse funcionário cuidará do posicionamento
da marca no ambiente digital.
Com o serviço de atendimento em lojas, clínicas, supermercados e agências de viagem automatizado, as companhias investirão em profissionais capazes de desenvolver traços de personalidade nas máquinas, aumentando a credibilidade e o engajamento dos clientes na hora desses contatos.
5. MEIO AMBIENTE
A água é o bem mais importante e escasso do planeta. Nos próximos anos, experts dizem que indivíduos que conseguirem desenvolver novas formas de extração e purificação de água, como a da atmosfera, serão estrelas.
Outra tendência nesse segmento será a necessidade de antecipar e tomar ações preventivas para evitar desastres naturais ou reduzir seu impacto. Jatos para mudar a posição do vento e canhões sonoros para destruir nuvens perigosas são alguns dos recursos estudados por pesquisadores.
Responsável pelo desenvolvimento de sistemas para retirada e purificação de água da atmosfera.
Geneticista ou biólogo cuja função será, basicamente, trazer de volta à vida animais que entraram em extinção e que poderiam beneficiar o planeta de alguma maneira.
Controlador de clima capacitado para interferir em fenômenos da natureza, evitando desastres, por exemplo.
fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/saiba-quais-sao-as-profissoes-do-futuro/
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